O poderoso alviverde de
Palestra Itália volta ao topo do país após 12 anos já que nossa última
conquista de nível nacional foi a Copa dos Campeões no ano 2000, ainda com
Murtosa dirigindo um time modesto e derrotando o Sport na final realizada em
Maceió.
Com o bicampeonato da Copa
do Brasil, o Palmeiras torna-se o maior campeão nacional com 11 conquistas,
reunindo a Copa dos Campeões (2000), quatro Campeonatos Brasileiros (1972-73,
1993-94), dois Torneios Roberto Gomes Pedrosa (1967-69) e duas Taças Brasil
(1960-67).
O título de 2012 veio com
muita dedicação dos jogadores e com tempero felipônico que lembrou a conquista
da América em 1999. Scolari demostrou que ainda tem lenha para queimar já que
tinha em mãos um elenco carente em muitas posições, além de “Juquinhas”
chegando já pronto para o jogo seguinte. Mesmo assim, o treinador conseguiu
inflamar os envolvidos acendendo em todos a ânsia palmeirense em gritar
novamente “É campeão!”
O Palmeiras era tido como azarão pela mídia esportiva no Brasil inteiro desde sua chegada à semifinal
contra o Grêmio. Além disso, contava com uma grande maré de azar, que não me
lembro de outra recente no futebol: sequestro de Valdivia, expulsão injusta de Henrique,
apendicite de Barcos, lesão de Maikon Leite, possível lesão de Marcos Assunção
e, posteriormente, suspensão de Valdivia, gripe de Henrique e lesão de Thiago
Heleno. Muitos problemas para um time maciçamente contestado! No entanto, esta união de possível desgraça foi um
prato cheio para o comandante Luis Felipe na formação e, principalmente, na motivação da
equipe.
O sorteio de mando de campo realizado na CBF colocou o jogo decisivo da final no Alto da Glória e a primeira partida sob
domínios palmeirenses. Por vontade do elenco e da comissão técnica (e da
superstição), o primeiro confronto foi escalado na Arena Barueri.
Na primeira partida, o
Palmeiras sentiu muita falta de Henrique e Barcos. Aproveitando o que poderia ser uma chance, o Coritiba dominou praticamente
todo primeiro tempo e não fez. Nos acréscimos, foi castigado com o gol de pênalti (cometido
em Betinho) convertido pelo bigodudo Valdívia. Na comemoração, o Mago homenageou "El Pirata" Barcos que horas antes fora cortado das partidas finais devido a uma apendicite (!).
Na segunda etapa, o Palmeiras conseguiu neutralizar
o ataque curitibano e usou de sua melhor arma no golpe final: bola parada de
“Kid” Assunção e cabeçada firme de Thiago Heleno. 2x0 em Barueri! O Palmeiras
começava a demonstrar que era o Palmeiras de glórias e a torcida, que deu um
show à parte, jogava junto com o time!
No jogo da volta, apesar
da vantagem do Verdão em cima do alviverde paranaense, toda imprensa ainda
creditava o título ao adversário. O Coritiba tinha 100% de aproveitamento no
Couto Pereira, onde sempre vencia seus jogos por mais de dois gols de
diferença. Isso mesmo, vencia!
A confiança dos
palestrinos estava à tona com a raça demonstrada e a invencibilidade na competição, mesmo com as “previsões certeiras” e críticas de
comentaristas Brasil afora. Todos os torcedores aguardavam ansiosamente soltar
o grito entalado na garganta há 12 anos e Felipão conseguiu refletir a confiança da
torcida nos jogadores em campo, nos suplentes que estavam no banco e também naqueles fora da decisão!
Com toda essa força, a finalíssima não
representou o que foi o jogo da semana anterior. O Coritiba tentava chegar e
era barrado pela forte esquema tático de Felipão, que desta vez contava com seu
xerife Henrique a frente da zaga. Apesar do desfalque de Valdivia, que decidira
os dois últimos confrontos, as melhores chances eram palmeirenses com Juninho e
duas com Betinho (que novamente substituía o goleador Barcos). Assim, o
primeiro tempo findou em 0x0. Faltavam longos 45 minutos!
No entanto, logo aos 16 minutos
da segunda etapa, bola parada para o Coxa. O lateral Ayrton, que acabara de
entrar no intervalo e vinha de contusão, foi para a cobrança. Chute sem defesa. Coritiba 1x0. A cabeça do
torcedor palmeirense doeu! E um filme passou na mente dos palestrinos. Não era
possível que perderíamos este título. E não era mesmo!
O espírito campeão
demonstrado desde o Olímpico e nas duas partidas seguintes ainda estava lá. Não
tínhamos apenas 11 guerreiros postados em campo. O Palmeiras estava com muitas
alterações e todos que participavam estavam com a faca entre os dentes. Além
disso, tínhamos um treinador campeão e com a cara do clube. E mais, tínhamos a
confiança da torcida apaixonada e muita história!
Assim, minutos mais tarde,
o destino guardou o ato final para dois iluminados personagens: o categórico (e eleito
craque da competição) Marcos Assunção e o predestinado Betinho. Falta na
direita para o Verdão. A torcida tensa pelo golpe recém-tomado. O Couto Pereira
inflamado após o gol do adversário. “Kid” pega a bola com carinho, enxuga na
camisa, ergue os meiões até o joelho, mede a distância da bola e fica a poucos
metros observando ela com as pernas abertas: seu haka antes da cobrança. E foi letal! Mais uma vez! Bola erguida no primeiro poste, Betinho desvia levemente de cabeça e a bola
morre no canto direito de Vanderlei. É Gol! É Campeão! É Palmeiras!
A esta altura, o
adversário precisava de mais três gols pelo tento sofrido em seus domínios. E,
até o final da partida, os momentos ainda evidenciaram Bruno (por ótima defesa
em chute de Anderson Aquino), Lincoln (pelo excesso de “vontade” em vingar o
ex-clube), Luan (apresentando a raça costumeira e arrastando-se em campo por
lesão) e Pereira (que ainda conseguiu levar o cartão vermelho). A festa no
chiqueiro estava explodindo!
Aos 48 minutos e 49
segundos, Sandro Meira Ricci pediu a bola e apitou o final de jogo. Final de
competição. Final da espera alviverde. O Palmeiras com imposição sagrou-se
campeão invicto da Copa do Brasil 2012! De forma surpreende para muitos, mas não para
nós, PALMEIRENSES! Comemore torcedor alviverde!
Utilizando a frase no belo
vídeo (abaixo) elaborado por Gabriel Santoro: “Enfim,
voltamos de onde nunca deveríamos ter saído! Nunca subestimem o velho Palestra
Itália!”
Abaixo estão dois
emocionantes vídeos relatando a conquista da Copa do Brasil pelo Palmeiras!
2) Vídeo elaborado por Gabriel Santoro (encontrado no ótimo blog Verdazzo!)
É
campeão! Avanti Palestra!
Paulo Lopes.
Parabéns Paulo pelo texto que descreve muito bem a trajetória vitoriosa do Verdão depois de tanto tempo. Emocionante relembrar os detalhes por vc descrito com a emoção de um palmeirense. Texto coroado com dois vídeos que me emocionaram,fazendo-me lembrar do gol do Zinho, o primeiro da goleada na final do Paulista de 1993, que foi o gol que mais me emocionou na vida, seguido do não gol do Marcelinho na defesa do Marcão. Parabéns torcedor alviverde! Dá-lhe Verdão!
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