segunda-feira, 30 de abril de 2012

São Paulo 1x3 Santos: Neymar brilha e Santos está na final pelo 4º ano consecutivo

Foto: Fernando Borges/Terra


Amigos do Diga, nesse domingo Santos e São Paulo duelaram no Morumbi por uma vaga na final do Paulistão 2012. Apesar da cansativa viagem à La Paz no meio da semana, o Santos contou com muita garra de sua linha de defesa e o talento inquestionável de Neymar para decidir a partida. Vamos aos pontos chave dessa vitória:

Gol no início: Logo com 3 minutos de jogo Arouca, que fez uma bela partida enquanto aguentou, puxou contra-ataque rápido pelo meio e tocou com precisão para Alan Kardec sofre pênlati de Paulo Miranda. Neymar cobrou e fez seu 100º gol com a camisa do Santos. Esse gol era tudo que o time precisava para poder cadenciar o ritmo de jogo e administrar o maior cansaço em relação ao adversário(que folgou durante a semana devido ao adiamento da partida contra a Ponte). Com a vantagem no placar, o Santos pôde deixar o São Paulo correr, enquanto esperava a oportunidade de contra-atacar,

Toque do maestro: o Santos vencia o jogo, mas era muito pressionado pelo São Paulo até que Rhodolfo foi dar um chutão e a bola sobrou no pé de Ganso. Um jogador comum teria tentado lançar por cima para Neymar e provavelmente Paulo Miranda ou Denis tirariam a bola. Paulo Henrique deu um toque rasteiro, na medida para Neymar partir para o gol e marcar o segundo do Peixe. Na comemoração, uma emocionante homenagem ao eterno Menino da Vila Juary que costumava dar voltas na bandeira de escanteio para comemorar seus gols.

Erros de arbitragem: O árbitro Paulo César Oliveira até que estava indo bem na partida, controlando o ânimo dos jogadores e apitando a partida com tranquilidade. Mas 2 erros cometidos no segundo tempo poderiam ter comprometido o resultado da partida. O primeiro deles foi um gol do Santos que ele anulou marcando uma falta inexistente de Edu Dracena em Paulo Miranda. O Santos abriria 3x0 e mataria a partida. Em seguida, o atacante William José recebeu a bola impedido e marcou o gol dos tricolores. Bandeirinha e juiz deram o gol ilegal complicando a partida. Felizmente os lances não influenciaram no resultado final, mas estragaram a boa aprtida que o trio de arbitragem estava fazendo.

Mais uma falha de goleiro: Semana passada os jogos de Corinthians e Palmeiras foram decididos em erros de seus goleiros, Juli César e Deola respectivamente. No jogo desse domingo foi a vez do goleiro Denis do São Paulo erra em momento crucial da partida. O Santos estava desestabilizado emocionalmente pelo gol anulado de Kardec e o gol validado de William José e o São Paulo pressionava em busca do empate que levaria para os pênaltis. Foi então que Neymar recebeu na entrada da área, deu um gingada de corpo e bateu forte mas em cima do goleiro. Denis não teve reflexo de espalmar a bola pra cima e ela simplesmente bateu na sua mão, morrendo nas redes. Um legítimo gol "mão de alface". Após esse gol, o ânimo do São Paulo foi totalmente contido e o time apenas assistiu o Santos tocar a bola esperando o fim do jogo.

São Paulo: O tricolor paulista não jogou mal. Pressionou o Santos o tempo todo e criou boas oportunidades de marcar. Porém pecou na falta de pontaria do seu ataque, que sentiu muito a falta do Luis Fabiano, além de contar com erros individuais de Paulo Miranda e Denis, que foram decisivos para o resultado final. Destaque para Casemiro que tem dado bons passes, nesse domingo foi dele também a assistência pro gol de William José, e prova a cada jogo que quando não deixa o sucesso subir à cabeça é um ótimo segundo volante.

Enfim, o Santos não fez uma de suas melhores partidas, mas contou com uma boa partida de sua defesa, com destaque para Edu Dracena que tirou todas as bolas e o goleiro Aranha que entrou num gelada após a saída do machucado Rafael e correspondeu à altura, fazendo belas defesas, além da tarde inspiradíssima de Neymar, que se deu ao luxo inclusive de perder um gol feito após rebote de Denis. Essa vitória foi fundamental para dar um ânimo a mais para a partida decisiva contra o Bolívar pela Libertadores e também um passo gigantesco rumo ao tri do campeonato Paulista, já que dificilmente perderemos em dois jogos para o Guarani, mesmo a equipe de Campinas atravessando uma ótima fase.

Carlos "Mickey" Constancio



terça-feira, 24 de abril de 2012

Por que o Corinthians perdeu para a Ponte Preta? Uma visão além das falhas do goleiro.

                                                         (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)

O Corinthians perdeu para a Ponte Preta por 3x2 no último domingo e foi eliminado do Campeonato Paulista. O bom time do técnico Tite, que não fez uma boa partida, ainda contou com duas falhas grotescas do seu goleiro.

Apesar das falhas do goleiro, o time não teve uma jornada feliz, devido, principalmente à boa marcação do time de campinas. O técnico Gilson Kleina montou um esquema defensivo, com apenas Roger à frente e muita gente no meio campo, o que deu a impressão que o time iria apenas marcar o Corinthians e tentar sair no contra-ataque.

Foi aí que o Corinthians começou a perder o jogo. A Ponte bem armada defensivamente bloqueou as principais jogadas do Corinthians pelas laterais e ainda chegou fácil à frente, na maioria das vezes atacando com três jogadores, em jogadas armadas pela boa dupla de meias Renato Cajá e Caio.

A postura inicial da Ponte surpreendeu o Corinthians, que demonstrou nervosismo e passou a errar muitos passes.Danilo, não deu opção de jogo (o jogador era dúvida até sábado), Jorge Henrique parou no lateral esquerdo, Edenílson não conseguiu chegar ao fundo para os cruzamentos e Fábio Santos, que fez uma de suas piores partidas pelo time, errou tudo que tentou quando teve chance.

Na parte de criação do Corinthians, o jogador mais ligado foi o Emerson “Sheik”, que tentou durante todo o primeiro tempo articular jogadas para ele mesmo concluir ou para servir Liedson.Mas com a defesa bem postada, a Ponte impediu suas investidas até com certa facilidade.

A Ponte era melhor, mas não conseguia reverter em gols as oportunidades que criava. Até que Julio César falhou bisonhamente, após chute de William Magrão. Após o gol, o time ficou mais nervoso e ainda no primeiro tempo, tomou o segundo gol. Roger antecipou Castán e desviou para o gol.

No intervalo Tite fez duas alterações, Alex no lugar de Jorge Henrique e Douglas no lugar de Danilo. Com as alterações, o time conseguiu controlar mais a bola e começou a chegar com mais freqüência ao ataque. Aos 29min, William (entrou no lugar do zagueiro Marquinhos) diminuiu 2 x1. Mas aos 44min, após nova falha do goleiro, a Ponte fez 3x1 e matou o jogo. Alex ainda fez o segundo do Corinthians e Paulinho quase empatou na última bola do jogo, mas não era dia.

Ponte Preta classificada para a semi-final.

Lição: No mata-mata não pode errar.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Santos, orgulho brasileiro há 100 anos - Parte 3


Amigos do Diga, prometo que essa é a última parte da série. Paramos no fim do jejum em 2002, no título do time de Diego e Robinho.

Depois do renascimento do Santos em 2002 com Diego e Robinho, perdemos uma libertadores muito dolorida em 2003  pro Boca Júniors na final, em que Carlitos Tevez, ainda desconhecido do povo brasileiro, acabou com os dois jogos. Nesse ano ainda com a base do time campeão, fomos muito bem no Brasileirão, mas era impossível parar o Cruzeiro de Alex Cabeção, que jogou muito e levou o time à tríplice coroa(Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Brasileirão) e à mais de 100 pontos no campeonato nacional.

Em 2004 mantivemos alguns jogadores de 2002, como Robinho e Elano e adicionamos algumas boas peças como Ricardinho e Paulo César, que somados ao bom desempenho de Luxemburgo(quando ele ainda se preocupava mais em ser técnico do que empresário) nos deram mais um título brasileiro, dessa vez por pontos corridos.

À partir daí entramos em mais uma fase crítica, com Luxemburgo e o presidente Marcelo Teixeira enxergando o Santos apenas como uma empresa para dar dinheiro com a venda de jogadores trazidos do Paraná. Quando o time ficou à beira do rebaixamento em 2009, ficou claro que precisávamos de mudanças. E elas vieram.

Era Neymar e Ganso
Ainda em 2009, começaram a despontar dois jovens talentos da base santista. Um era Neymar, atacante magrinho e habilidoso, que aparecia como mais um sucessor de Robinho, como já tinham sido apelidados Renatinho e Wesley. O outro era Paulo Henrique, meia alto e de bom passe, mas meio lento. Quando os dois surgiram, confesso que tive minhas dúvidas quanto ao Neymar, mas Ganso eu olhei de cara e falei para meu amigo: Esse moleque tem que ser titular do meio-campo. Até hoje eu faço questão de lembrar esse meu amigo da frase dele: "Você está louco, jogador lerdo, não vai vingar não...". Hoje eu vejo que estava meio-certo. Em 2009, eles não vingaram, mas ajudaram o Santos a não ser rebaixado. Em 2010 a história foi bem diferente.

Em 2010 chegou ao Santos o técnico Dorival Júnior. Respaldado por um bom trabalho no Coritiba, mas ainda desconhecido do público em geral, o técnico se deu muito bem com o jovem time do Santos. E com uma vocação ofensiva por natureza, Dorival também agradou à torcida. Com jogadores muito rápidos, o Santos voltou à suas origens, formando um time com extrema vontade de fazer gols, mas também muito suscetível à tomá-los. Confesso como torcedor que foi o time que me deu mais felicidade em assistir, pois eu finalmente sentia uma gotinha da alegria de quem acompanhou os anos 60 do Alvinegro Praiano. Eram goleadas impiedosas de 10x0, 9x1, 6x3. Os times adversários já entravam sabendo que precisariam ao menos de 2 gols pra vencer, pois o Santos não deixaria de marcar.

Com o esquadrão formado por Arouca, Wesley, Neymar, Ganso, André e Robinho(que retornou no Paulista), o Santos conquistou tranquilamente a Copa do Brasil e o Paulistão 2011 e aqui vale lembrar uma cena épica de Paulo Henrique, agora já reconhecido como Ganso. Na final contra o Santo André, o Santos perdia por 3x2 depois de ter vencido pelo mesmo placar. Além disso possuía 2 jogadores a menos(Léo, Marquinhos e Brum foram expulsos pelo Santos e Nunes foi expulso pelo Santo André) e Robinho e Neymar já tinham sido substituídos. Dorival então decidiu tirar também Ganso pra reforçar o setor de marcação. Numa consciência absurda da necessidade do grupo, Ganso se negou a sair, pois era o único que conseguia segurar a bola no ataque e deixar o tempo correr, e disse para Dorival tirar o André(que tinha acabado de entrar). Dorival percebendo o erro grotesco, atendeu à solicitação do maestro e tirou André. Resultado: Santos campeão com direito à lance de gênio de Paulo Henrique, que ao perceber que não tinha ninguém para receber a cobrança de escanteio, deu apenas um toque e saiu de fininho, como se nada tivesse acontecido.
 Este blogueiro confessa que após o jogo teve um surto de alegria e berrava: "Dunga, essa era a prova que você precisava, esse moleque é craque, é o camisa 10 da seleção na Copa da África". Infelizmente o treinador não pôde me ouvir, não levou Ganso nem Neymar, e a seleção perdeu a Copa do Mundo.

Fato Importante: Durante o campeonato brasileiro, Neymar e Dorival discutiram após o craque santista ser substituído contra o Atlético-GO. Depois do incidente, o jogador pediu desculpas e aceitou o castigo imposto pelo treinador de 2 jogos fora do times. Infelizmente, a diretoria entrou em choque com Dorival porque um dos jogos era o clássico contra o Corinthians e os diretores queriam o craque em campo, Dorival não aceitou e foi demitido. Os boatos dão conta de que o presidente Luis Alvaro de Oliveira, o Laor, era contra a demissão, mas teve que acatar a decisão tomada por um conselho de investidores.

Após a demissão de Dorival, o Santos foi comandado interinamente por Marcelo Fernandes e conseguiu escapar do rebaixamento mais uma vez, já que o time não se empenhou muito no brasileiro por já estar com a vaga para a Libertadores garantida.

Em 2011 desembarcou na Vila Belmiro o professor Muricy Ramalho. Um técnico extremamente competente e campeão por onde passou(exceto Palmeiras, enfim...). Muricy cheogu com um objetivo claro na sua cabeça: ganhar a Libertadores(título que ele não conseguiu no São Paulo, mesmo tendo ganhado 3 brasileiros consecutivos), mesmo com o time correndo um risco desnecessário de não passar da primeira fase, após um péssimo trabalho de Adilson Batista.

Sempre pragmático, Muricy montou um time que não encantava como o Santos de 2010, mas era bem mais consistente e competitivo, 2 características fundamentais para ganhar o torneio sul-americano.
Contando com a base do time arrasador de 2010(Leo, Arouca, Wesley, Ganso e Neymar) e mais alguns bons reforços(Elano, Danilo, Alexsandro), o Santos se recuperou na competição, classificou para o mata-mata com vitórias convincentes contra Cerro Porteño e Colo-Colo, e ainda foi o único brasileiro a passar pelas oitavas, naquela que foi chamada a noite negra do futebol brasileiro na Libertadores.

Sem os brasileiros pelo caminho, foi relativamente fácil para o Santos chegar à final contra o tradicional Peñarol, adversário do primeiro título da Libertadores do Santos em 1962. Com um 0x0 no Uruguai e um 2x1 no Pacaembu(com gols de Neymar e Danilo), o Santos garantiu seu terceiro título de Libertadores.

Foi extremamente emocionante a cena do Rei Pelé levando Muricy até o centro do gramado para ser aplaudido pela torcida. O Rei parecia dizer: "Obrigado, Muricy. Agora eu estou em paz por saber que o Santos pode ganhar a Libertadores sem Pelé".

Além da Libertadores, em 2011 ainda faturamos o bi do Paulista, vencendo o Corinthians na final e vingando a final de 2009, quando Ronaldo, mesmo gordo, acabou com a gente.

Bom, é claro que muitas histórias ficaram de fora desse especial dos 100 anos do Santos Futebol Clube, mas seria impossível escrever tudo em apenas 3 partes. Espero que vocês tenham apreciado esse passeio pela história desse clube que revelou o maior jogador de futebol da história, levou o futebol brasileiro ao topo do mundo e até hoje é um adversário respeitado por todos.

PARABÉNS SANTOS PELOS 100 ANOS DE GLÓRIAS!!!

Carlos "Mickey" Constancio, humilde torcedor desse clube enorme chamado Santos FC

terça-feira, 17 de abril de 2012

Santos, orgulho brasileiro há 100 anos - Parte 2


Amigos do Diga, conforme eu disse no post anterior, a segunda parte do especial sobre o centenário do Santos é um relato um pouco mais pessoal desse humilde blogueiro. Para quem não acompanhou ainda o post anterior, paramos no ano de 1984 com o título paulista de Serginho Chulapa e cia.

Bom, eu nasci em 1985 então infelizmente não vi esse título. É claro que escolhi torcer para o Santos por influência paterna. Ficava maravilhado com as histórias contadas pelo meu pai sobre o time imbatível do Santos. Meus olhos brilhavam com os vídeos das jogadas do Rei Pelé, gols e mais gols, dribles impensáveis e adversários humilhados. Mas quando eu voltava para realidade, ela era dura demais. O Santos já não era mais encantador. Os craques tinham ido embora e me restava torcer por jogadores de vontade, mas técnica questionável como Guga, Almir, Axel e cia. Enquanto isso meus amigos torciam para o São Paulo de Raí, ou o Palmeiras de Rivaldo ou ainda o Corinthians de Neto. Foram tempos difíceis, muitos tentaram me convencer a mudar de time, mas eu não arredei o pé na certeza de que um dia aquela camisa branca voltaria a assustar os adversários e disputar títulos ao invés de se contentar com o meio da tabela.

Testemunhas de Giovanni
A primeira vez que senti o gosto de torcer por um time encantador em campo foi no Brasileiro de 95. O maestro Giovanni comandava um time de bons jogadores na frente(com Jameli, Marcelo Passos, Macedo, Robert) e jogadores extremamente dedicados se superando atrás(Carlinhos, Galo, Ronaldo). Esse time me proporcionou a partida mais emocionante da minha vida, naquela fatídica semifinal contra o Fluminense. O Santos havia perdido de 4x1 no jogo de ida e precisava vencer por 3 gols pra se classificar. E Giovanni só não fez chover naquele dia. No primeiro tempo ele marcou dois gols(o segundo um golaço depois de um drible seco no zagueiro).
 No intervalo uma cena épica, quando os jogadores do Santos optaram por não descer para os vestiários e ficaram reunidos no centro do campo, ouvindo todo o apoio da torcida que lotava o Pacaembu.

No segundo tempo, Giovanni apareceu de novo para dar o passe para Macedo marcar o terceiro gol que dava a classificação para o Santos. Mas 2 minutos depois o Flu também marca. Mais 10 minutos e Giovanni dá mais um passe, dessa vez para Camanducaia marcar e deixar o Santos classificado de novo. E o Fluminense pressionava em busca do gol da classificação, até que o maestro Gio resolve concluir sua obra prima com um toque genial de calcanhar, tirando 3 marcadores e deixando Marcelo Passos livre para arrematar de fora da área: Santos 5x1 e até o narrador do rádio enlouquecia berrando: PARA O SANTOS NADA É IMPOSSÍVEL!!!Frase que ficou marcada para sempre na minha cabeça. Depois o Fluminense ainda marcou mais um, mas a vaga ficou com o Santos e eu definitivamente sentia o coração alvinegro pulsando.

Depois desse jogo, assisti à uma das derrotas mais doloridas da minha vida(a outra foi aquele gol do Ricardinho nos acréscimos da semifinal do Paulista de 2000), quando o juiz Márcio Resende de Freitas simplesmente deu um impedimento por conta própria(o bandeirinha não assinalou impedimento), anulando o gol de Camanducaia que daria o título de 95 para o Santos. O Botafogo foi campeão.

Depois de 95, tivemos mais uma porção de times ruins, com jogadores que me dão arrepio só de lembrar: Claudiomiro, Preto, Galván, Odvan, Paulo Rink, Argel. Ainda faturamos um Rio-São Paulo em 97 com Luxa e uma Conmebol em 99 com o Leão. Mas alma só foi lavada de vez em 2002.

Fim do Jejum
Apostando num time de garotos e na capacidade do técnico Leão, o Santos penou na fase de classificação e só entrou para o mata-mata graças à uma improvável vitória do rebaixado Gama sobre o Coritiba na última rodada.
Mas aí brilhou a estrela da dupla Diego e Robinho e o Santos atropelou na sequência o São Paulo, time de melhor campanha, e o copeiro Grêmio para chegar à final do Brasileirão contra o Corinthians.
No primeiro jogo, 2x0 para o Santos e uma boa vantagem para a partida decisiva.
O segundo jogo eu me lembro que foi bem no dia do vestibular da Unesp. Eu, então com 17 anos, fui fazer a prova desesperado para não perder o jogo. Fiz a prova correndo(graças a Deus depois ainda passei) e liguei pro meu pai me buscar pra assistir o jogo. Infelizmente eu ainda esperava meu pai quando Robinho deu as pedaladas pra cima do Rogério e sofreu o pênalti. Acompanhei todo o lance pelo rádio de um corintiano, que esperava o filho terminar a prova também, e nem pude comemorar muito.
Cheguei em casa para assistir o resto do jogo. O corinthians precisava de 3 gols para tirar o título do Santos. Parecia tudo tranquilo até que aos 30 do segundo tempo Deivid empata e aos 40 Anderson vira o jogo. Bateu um desespero danado e o jogo de 2000(aquele do gol do Ricardinho citado acima) não saía da minha cabeça.
Foi então que tive a minha maior explosão de alegria com o futebol: Robinho driblou o zagueiro e cruzou para Elano empatar a partida. Eu chorava e gritava agarrado à TV: ELANO EU TE AMO!!!EU TE AMO!!!
Não tinha mais como o título não ser nosso. Leo ainda marcou o terceiro para definir o título com vitória.

Eu finalmente me sentia livre como toda a nação santista. O jejum de títulos tinha acabado e a história vencedora do Santos renascia.

Carlos "Mickey" Constancio

domingo, 15 de abril de 2012

Santos, orgulho brasileiro há 100 anos - Parte 1



Amigos do Diga, nesse sábado 14 de Abril de 2012 o Glorioso Alvinegro Praiano completou 100 anos de existência e uma data tão especial não poderia passar em branco por este blog. Nessa primeira parte falarei um pouco sobre a parte da história que não pude acompanhar em tempo real, somente por vídeos e depoimentos já que não era nascido. A segunda parte será um relato mais pessoal deste blogueiro que vos escreve, tratando do último quarto dessa bela história.

O início: A história do Santos já começa curiosa, pois o time foi fundado exatamente no mesmo dia do naufrágio do Titanic(14/04/192). Poderia ser um mau presságio, mas foi somente uma infeliz coincidência. Inicialmente o uniforme não seria o alvinegro e sim azul, branco e dourado. Felizmente a falta de recursos fez com que os fundadores optassem pelo manto preto e branco que conhecemos hoje.

Pelé: A história de glórias do Santos começa a ficar mais evidente em 1956 com a chegada daquele que seria o maior jogador de futebol de todos os tempos e atleta do século XX. Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, foi trazido por Waldemar de Brito ainda adolescente ao Santos e apenas 2 anos depois já estava marcando gol na final da Copa de 58. Santos e Pelé são tão próximos que é impossível não misturar uma história com a outra. Pelé marocu 1.091 gols pelo Santos e também colecionou histórias curiosas como o zagueiro que foi vaiado pela própria torcida por salvar o que seria o milésimo gol do Rei na Bahia e o campeonato Paulista de 1973 com título dividido com a Portuguesa porque o árbitro Armando Marques perdeu as contas na disputa de pênaltis. Mas com certeza os dois momentos mais marcantes pelo Santos foram o milésimo gol, marcado no Maracanã de pênalti(com direito a zagueiro cavando um buraco pra atrapalhar) e a sua despedida em 1974 no jogo contra a Ponte Preta, quando sem mais nem menos recebeu um passe no meio-campo, pegou a bola com as mãos, ajoelhou-se e abriu os braços levando o estádio todo às lágrimas. Em ambas situações, o jogo parou, não existia regra, juiz, Fifa, nada, absolutamente nada que pudesse estragar o desejo do Rei do Futebol e é por essas e outras cenas que ninguém JAMAIS será maior do que Pelé.

O maior time de todos os tempos: Com Pelé, o Santos viveu seu auge nos anos 60, formando aquele que seria o maior time de todos os tempos, base da seleção brasileira tricampeã do Mundo e que contou com craques como: Pelé, Pepe, Coutinho, Clodoaldo, Carlos Alberto Torres, Mengálvio, Gilmar, Zito, Edu. Foram mais de 30 títulos oficiais, entre eles 5 Taças Brasil(hoje reconhecida como o campeonato Brasileiro da época), 2 Libertadores e 2 Mundiais de Clubes. Mas mais do que os títulos, o Santos de Pelé mostrou ao mundo a beleza do futebol brasileiro, o êxtase do drible imprevisível e a genialidade de um  jogador muito acima de qualquer outro que já existira. Goleadas inesquecíveis contra times brasileiros(a maior delas um 11x0 contra o Botafogo-SP com direito a 8 gols de Pelé) e vitórias consistentes contra os times europeus e sul-americanos, tanto em torneios amistosos como nas finais da Libertadores(título sobre o Peñarol em 62 e Boca Júniors em 63) e dos mundiais de clubes(contra o Benfica de Eusébio em 62 e o Milan em 63), foram a marca desse time.

Surgem os Meninos da Vila: Após a aposentadoria do Pelé, o Santos viveu um hiato de títulos e a dificuldade em conseguir um bom time só acabou em 1978, quando finalmente surge o termo "Meninos da Vila". Na época o técnico do Santos era o ex-jogador Formiga, que montou um time com jovens promessas(que ele chamava de seus meninos, por isso o nome Meninos da Vila) que se encaixaram perfeitamente, formando uma equipe de alta velocidade e jogadores leves, aonde se destacavam Pita, Juary, Nilton Batata entre outros. Embora tenha sido por pouco tempo, aquele time de 78, que foi campeão Paulista, matou a saudade dos torcedores santistas de ver um futebol rápido, abusado e ofensivo, características marcantes do clube da Vila Belmiro.

Após esse título, ainda vencemos o  Paulista de 1984 com um time que não era tão brilhante quanto os anteriores, mas possuía grandes jogadores como Serginho Chulapa, Paulo Isidoro e Rodolfo Rodrigues(quem não se lembra daquela sequência espetacular de defesas contra o América de Rio Preto?). Depois de 1984, entramos na fase negra do Santos, com um jejum de títulos importantes que durou 18 anos. Mas isso é assunto justamente para a segunda parte da homenagem do blog Diga Futebol ao centenário do Santos.

"Nascer, viver e no Santos morrer é um orgulho que nem todos podem ter"


Carlos "Mickey" Constancio


Fontes:
http://www.gazetaesportiva.net
http://www.santosfc.com.br
http://pt.wikipedia.org/wiki/Santos_Futebol_Clube#Continentais
"Santos, 100 anos de Futebol Arte" - documentário de Lina Chamie


domingo, 8 de abril de 2012

Juventus goleia o Capivariano e se classica

Salve, amigos do Diga!



Neste Domingo de Páscoa, atendendo o convite do amigo juventino Casalotti (mano Casa), fui com o também amigo, mas este palmeirense, Leo da Portela assistir ao jogo Juventus X Capivariano, no tradicional estádio Rodolfo Crespi da Rua Javari, pela série a-3 do Campeonato Paulista.
O Capivariano, já classificado, foi a campo somente com 4 titulares. O Moleque Travesso estava em 10º e precisava da vitória para se classificar.
E o Juventus começou pressionando o adversário, com o apoio da Torcida Organizada do Setor 2, que lembra, em empolgação e pelo cântico constante, as torcidas argentinas. Antes dos 10min o time mandante já abriu o placar. Em cobrança de falta lateral o zagueiro Fubá subiu e cabeceou de cabeça, 1x0 Juventus. E 5min depois, veio o segundo gol, o bom lateral direito Tony driblou na ponta direita, cortou para o meio e marcou 2x0, com um belo gol.
O Moleque Travesso continuou dominando a partida e ainda perdeu chances de ampliar o placar.
Chegou o intervalo e chegou também a hora de comer o tradicional cannoli (doce típico italiano) do “Seu” Antonio, que vende a aprazível iguaria há mais de 4 décadas no local.
No segundo tempo o Capivariano melhorou, gostei da dupla de ataque do time campineiro, o centroavante protege bem a bola e faz bem o papel de pivô e o camisa 11 é um atacante rápido e liso. Perdoem, mas vou ficar devendo o nome dos dois.

Do Juventus eu gostei muito do lateral direito, que parece ser a maior referência do time, pois todas as bolas no ataque passam por ele. No segundo tempo ele até cansou por conta disso. Mas Tony realmente tem habilidade, cruza bem, faz infiltrações pelo meio e ainda guardou o seu. Foi sua primeira atuação que eu acompanho, mas com a escassez de bons laterais direitos que vemos por aí, acho que daria para testá-lo num time grande. Em minha opinião, a dupla de zaga juventina é um pouco lenta, mas os dois beques chegam firme e não alisam, como dizemos na gíria.

No segundo tempo o Juventus mexeu no ataque, entrou o rápido atacante Thiaguinho e o atacante Fernando entrou muito bem, marcando dois gols, aos 42 e 45min. Fernando me lembrou o ex-atacante do São Paulo Palhinha pelo cabelo (e depois pelos gols). No terceiro gol do time ele marcou de cabeça depois um cruzamento. E no quarto gol do time e seu segundo tento, Fernando aproveitou um passe de cabeça que recebeu na área e fechou o placar, 4x0 para o Moleque Travesso. Festa na Rua Javari pela goleada e pela classificação. O zagueiro Fubá pulou o alambrado e ficou no meio da batucada da torcida juventina . Festa na Mooca!

Público: Pouco mais de 1300 pessoas
Renda: R$ 9000,00
Depois do jogo rolou muita cerveja, conhaque e bate papo sobre o jogo, o passado e a classe operária na rua do estádio.
Foi uma experiência muito legal assistir este jogo!

sábado, 7 de abril de 2012

Com dois gols de cabeça, São Paulo vence o Mogi Mirim



Jogando em Barueri (o Morumbi está recebendo show) o Tricolor chegou a décima vitória seguida.

Leão montou o time com Fabrício e Cícero de volantes (Denilson está gripado e ficou fora, Casemiro no banco), Jadson na armação e Lucas, Fernandinho e Luis Fabiano no ataque.


Mas Fabrício ainda não se firmou e saiu machucado novamente, sua série de lesões preocupa. Paulo Miranda também sentiu lesão e saiu. Entraram Casemiro e João Filipe.
Logo no começo quase que o Fabuloso abriu o placar, depois de conseguir virar em cima do zagueiro. Mas depois o Mogi se acertou e equilibrou o jogo.
E permeneceu equilibrado até o gol. Quando Jadson deu mais uma assistênica: cobrou falta para Casemiro, que cabeceou para o gol, 1x0 São Paulo.
Depois do gol, o TRIcolor começou a dominar a partida e os jogadores do Sapão passaram a fazer muitas faltas.
Aos 39 veio o segundo gol, também de cabeça. Numa bola alçada na área, o zagueiro raspou para trás, a bola sobrou para Casemiro que cabeceou na trave e no rebote Fernandinho, bem posicionado e atento, completou para as redes. 2x0.
Com o bom placar, o time voltou mais tranquilo e diminuiu o ritmo, mas trabalhando bem a bola. Casemiro entrou bem demais, além do gol e da participação no segundo tento, deu bons lançamentos e belos passes para o Fabuloso e Jadson. Jadson que está se soltando e se apresentando mais, também fez boas jogadas. Lucas foi mais discreto do que nas partidas anteriores.


Na última rodada desta primeira fase, o Mais Querido vai jogar fora de casa, contra o Linense. Casemiro e Cícero não poderão jogar. Casemiro fez uma falta no segundo tempo, levando o segundo amarelo e portanto foi expulso. Em minha opinião, não era falta para cartão. Já Cícero levou o 3º amarelo (entra zerado na fase mata-mata). Com todos disponíveis, em minha opinião a meia-canja são-paulina deve ser: Denilson, Casemiro, Cícero e Jadson. Com o garoto bom de bola Lucas e Fabuloso no ataque.

O Tricolor vem numa crescente interessante este ano. É claro que ainda não conquistou nada, mas o futebol apresentado e principalmente a vontade e garra têm me agradado. Tenho boas perspectivas para o time este ano!


E como diz o cântico da nossa torcida:
VamoSão Paulo!

Amplexos do amigo,
Ricardo Santana

Blogroll

About

Blogger news