quinta-feira, 19 de abril de 2012

Santos, orgulho brasileiro há 100 anos - Parte 3


Amigos do Diga, prometo que essa é a última parte da série. Paramos no fim do jejum em 2002, no título do time de Diego e Robinho.

Depois do renascimento do Santos em 2002 com Diego e Robinho, perdemos uma libertadores muito dolorida em 2003  pro Boca Júniors na final, em que Carlitos Tevez, ainda desconhecido do povo brasileiro, acabou com os dois jogos. Nesse ano ainda com a base do time campeão, fomos muito bem no Brasileirão, mas era impossível parar o Cruzeiro de Alex Cabeção, que jogou muito e levou o time à tríplice coroa(Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Brasileirão) e à mais de 100 pontos no campeonato nacional.

Em 2004 mantivemos alguns jogadores de 2002, como Robinho e Elano e adicionamos algumas boas peças como Ricardinho e Paulo César, que somados ao bom desempenho de Luxemburgo(quando ele ainda se preocupava mais em ser técnico do que empresário) nos deram mais um título brasileiro, dessa vez por pontos corridos.

À partir daí entramos em mais uma fase crítica, com Luxemburgo e o presidente Marcelo Teixeira enxergando o Santos apenas como uma empresa para dar dinheiro com a venda de jogadores trazidos do Paraná. Quando o time ficou à beira do rebaixamento em 2009, ficou claro que precisávamos de mudanças. E elas vieram.

Era Neymar e Ganso
Ainda em 2009, começaram a despontar dois jovens talentos da base santista. Um era Neymar, atacante magrinho e habilidoso, que aparecia como mais um sucessor de Robinho, como já tinham sido apelidados Renatinho e Wesley. O outro era Paulo Henrique, meia alto e de bom passe, mas meio lento. Quando os dois surgiram, confesso que tive minhas dúvidas quanto ao Neymar, mas Ganso eu olhei de cara e falei para meu amigo: Esse moleque tem que ser titular do meio-campo. Até hoje eu faço questão de lembrar esse meu amigo da frase dele: "Você está louco, jogador lerdo, não vai vingar não...". Hoje eu vejo que estava meio-certo. Em 2009, eles não vingaram, mas ajudaram o Santos a não ser rebaixado. Em 2010 a história foi bem diferente.

Em 2010 chegou ao Santos o técnico Dorival Júnior. Respaldado por um bom trabalho no Coritiba, mas ainda desconhecido do público em geral, o técnico se deu muito bem com o jovem time do Santos. E com uma vocação ofensiva por natureza, Dorival também agradou à torcida. Com jogadores muito rápidos, o Santos voltou à suas origens, formando um time com extrema vontade de fazer gols, mas também muito suscetível à tomá-los. Confesso como torcedor que foi o time que me deu mais felicidade em assistir, pois eu finalmente sentia uma gotinha da alegria de quem acompanhou os anos 60 do Alvinegro Praiano. Eram goleadas impiedosas de 10x0, 9x1, 6x3. Os times adversários já entravam sabendo que precisariam ao menos de 2 gols pra vencer, pois o Santos não deixaria de marcar.

Com o esquadrão formado por Arouca, Wesley, Neymar, Ganso, André e Robinho(que retornou no Paulista), o Santos conquistou tranquilamente a Copa do Brasil e o Paulistão 2011 e aqui vale lembrar uma cena épica de Paulo Henrique, agora já reconhecido como Ganso. Na final contra o Santo André, o Santos perdia por 3x2 depois de ter vencido pelo mesmo placar. Além disso possuía 2 jogadores a menos(Léo, Marquinhos e Brum foram expulsos pelo Santos e Nunes foi expulso pelo Santo André) e Robinho e Neymar já tinham sido substituídos. Dorival então decidiu tirar também Ganso pra reforçar o setor de marcação. Numa consciência absurda da necessidade do grupo, Ganso se negou a sair, pois era o único que conseguia segurar a bola no ataque e deixar o tempo correr, e disse para Dorival tirar o André(que tinha acabado de entrar). Dorival percebendo o erro grotesco, atendeu à solicitação do maestro e tirou André. Resultado: Santos campeão com direito à lance de gênio de Paulo Henrique, que ao perceber que não tinha ninguém para receber a cobrança de escanteio, deu apenas um toque e saiu de fininho, como se nada tivesse acontecido.
 Este blogueiro confessa que após o jogo teve um surto de alegria e berrava: "Dunga, essa era a prova que você precisava, esse moleque é craque, é o camisa 10 da seleção na Copa da África". Infelizmente o treinador não pôde me ouvir, não levou Ganso nem Neymar, e a seleção perdeu a Copa do Mundo.

Fato Importante: Durante o campeonato brasileiro, Neymar e Dorival discutiram após o craque santista ser substituído contra o Atlético-GO. Depois do incidente, o jogador pediu desculpas e aceitou o castigo imposto pelo treinador de 2 jogos fora do times. Infelizmente, a diretoria entrou em choque com Dorival porque um dos jogos era o clássico contra o Corinthians e os diretores queriam o craque em campo, Dorival não aceitou e foi demitido. Os boatos dão conta de que o presidente Luis Alvaro de Oliveira, o Laor, era contra a demissão, mas teve que acatar a decisão tomada por um conselho de investidores.

Após a demissão de Dorival, o Santos foi comandado interinamente por Marcelo Fernandes e conseguiu escapar do rebaixamento mais uma vez, já que o time não se empenhou muito no brasileiro por já estar com a vaga para a Libertadores garantida.

Em 2011 desembarcou na Vila Belmiro o professor Muricy Ramalho. Um técnico extremamente competente e campeão por onde passou(exceto Palmeiras, enfim...). Muricy cheogu com um objetivo claro na sua cabeça: ganhar a Libertadores(título que ele não conseguiu no São Paulo, mesmo tendo ganhado 3 brasileiros consecutivos), mesmo com o time correndo um risco desnecessário de não passar da primeira fase, após um péssimo trabalho de Adilson Batista.

Sempre pragmático, Muricy montou um time que não encantava como o Santos de 2010, mas era bem mais consistente e competitivo, 2 características fundamentais para ganhar o torneio sul-americano.
Contando com a base do time arrasador de 2010(Leo, Arouca, Wesley, Ganso e Neymar) e mais alguns bons reforços(Elano, Danilo, Alexsandro), o Santos se recuperou na competição, classificou para o mata-mata com vitórias convincentes contra Cerro Porteño e Colo-Colo, e ainda foi o único brasileiro a passar pelas oitavas, naquela que foi chamada a noite negra do futebol brasileiro na Libertadores.

Sem os brasileiros pelo caminho, foi relativamente fácil para o Santos chegar à final contra o tradicional Peñarol, adversário do primeiro título da Libertadores do Santos em 1962. Com um 0x0 no Uruguai e um 2x1 no Pacaembu(com gols de Neymar e Danilo), o Santos garantiu seu terceiro título de Libertadores.

Foi extremamente emocionante a cena do Rei Pelé levando Muricy até o centro do gramado para ser aplaudido pela torcida. O Rei parecia dizer: "Obrigado, Muricy. Agora eu estou em paz por saber que o Santos pode ganhar a Libertadores sem Pelé".

Além da Libertadores, em 2011 ainda faturamos o bi do Paulista, vencendo o Corinthians na final e vingando a final de 2009, quando Ronaldo, mesmo gordo, acabou com a gente.

Bom, é claro que muitas histórias ficaram de fora desse especial dos 100 anos do Santos Futebol Clube, mas seria impossível escrever tudo em apenas 3 partes. Espero que vocês tenham apreciado esse passeio pela história desse clube que revelou o maior jogador de futebol da história, levou o futebol brasileiro ao topo do mundo e até hoje é um adversário respeitado por todos.

PARABÉNS SANTOS PELOS 100 ANOS DE GLÓRIAS!!!

Carlos "Mickey" Constancio, humilde torcedor desse clube enorme chamado Santos FC

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